O tema que vou tratar hoje pode parecer um pouco sério demais para o
blog, mas tem me deixado bem intrigada e não deixa de ser pertinente a todos
nós. Tudo parece transcorrer normalmente no planeta Terra quando, de uma hora
para outra, países inteiros começam a se afundar em dívida externa, os índices
de desemprego sobem, o preço das coisas também. Pessoas vão às ruas em protesto,
clamam por mudanças ágeis e efetivas, exigem providências das autoridades. Estas
tentam se virar do jeito que podem, mas se for preciso, é polícia para cima de
todo mundo e tudo se resolve.
O peso caótico que o capitalismo traz, especialmente em momentos de
crise, pode ser sentido na pele pela população de forma geral, independente de
credo, raça ou ideologia. Mas não é só quando passa por crises que sua
fragilidade é exposta.
Era uma vez... O Capitalismo!
Pessoas têm necessidades básicas como alimentação, vestuário, moradia,
lazer,... Quanto a isso não há o que se discutir. Para atender a toda essa
demanda, os mais diversos tipos de bens de consumo são produzidos em escala
industrial. Os donos dos chamados bens de produção (fábricas e instrumentos
para gerar os bens de consumo) vendem o que produzem e com isso ganham
dinheiro. Aqueles que não possuem os bens de produção veem-se obrigados a
vender sua própria força de trabalho (e aí o ser humano passa a ser encarado
como mercadoria também) aos donos de fábricas para atingir o mesmo objetivo:
ganhar dinheiro.
As pessoas produzem, as pessoas compram. Parece simples a lógica, não? O
sistema se realimenta por si só. Mas existem alguns fatores muito particulares
que regem essa lógica e a fazem desigual para trabalhadores e donos de bens de
produção. Um deles é o conceito descrito por Marx chamado “mais-valia”. Resumidamente,
é a conta que determina qual será o salário de um trabalhador, mas que de certo
modo, faz com que este ganhe um pouco menos do que seria honesto lhe dar, para
que, assim, o dono da fábrica possa lucrar mais.
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Mais ou menos assim como na tirinha. |
Em meio a essa lógica, países industrializados submeteram nações
inteiras em nome da “civilização” e do “desenvolvimento”, roubaram recursos
naturais e as condenaram à guerra e à fome durante séculos. Outros tantos
inventaram mitos de armamento nuclear para colocar a mão em reservas de
petróleo, cometeram assassinatos, subornos, estupros,... Enfim, a lista é
grande.
Sem falar no fator ambiental, que tem sido motivo de preocupação desde
que me conheço por gente. O capitalismo não faz muita questão de se preocupar
com o lixo gerado pelo seu consumo.
Mas, e aí? O que vem depois?
É aqui que eu queria chegar: em meio a toda a desigualdade gerada por um
sistema econômico baseado no lucro, não existe outra saída? Será que chegamos
mesmo ao “último estágio” de desenvolvimento da humanidade? Certamente que não,
e aí estão movimentos como o OccupyTogether, que não me deixam mentir.
Cheguei a expressar essa angústia numa conversa com uma amiga certa vez.
Eu me perguntava o tempo todo: “Será que não existe ninguém pelo mundo pensando
outro sistema econômico?”. Vou deixar que o documentário Paradise or Oblivion explicar melhor.
O vídeo trata do The Venus Project,
uma proposta de reformulação completa da nossa cultura, economia e relação com
a natureza. Um mega projeto, sem dúvida, chegando a ser até um tanto assustador
do ponto de vista de chacoalhar uma sociedade baseada na desigualdade, que
enxerga o próximo sempre como um inimigo em potencial. Vale a pena assistir,
mas se você não tiver paciência para assistir o vídeo todo, sugiro que pule
para o 25’48’’. Para acionar as legendas em português, basta clicar no "CC" no canto inferior direito do vídeo.
Paula Nishizima - Sensibilidade
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